Uma das características que mais me chama atenção ao observar grandes mestres é: eles estão sempre sorrindo. Tranqüilos e sorrindo, como se nada realmente, absolutamente nada, pudesse os abalar. De seu lugar, eles observam a tudo com o entendimento de que as coisas estão exatamente como deveriam estar.

Sorriem calmamente pois não há por que ter pressa. Onde o tempo não é tempo não há para onde correr, porque simplesmente são. Diante do que para nós parece uma grande tragédia eles continuarão sorrindo, com compaixão e amor.

Como conseguem? Como controlam a tristeza diante de tantas mazelas existentes, diante do lado amargo da vida?

Eles simplesmente não precisam controlar nada pois chegaram num estágio de entendimento, infelizmente, ainda longe da nossa compreensão. Eles entenderam que o sofrimento faz parte do grande todo e deve ser transmutado. Como um veneno que se torna antídoto. Não é preciso ter medo do que virá porque enxergam tudo com os olhos do amor. E o amor não julga o que é bom ou ruim, ele simplesmente ama.

Dessa "teoria" para a nossa prática tem uma grande distância, você deve estar pensando. Mas sem a prática não se aprimora nenhuma capacidade. Então, aprimore-se na arte de sorrir, amar e compreender.

A alegria e o amor podem ser o grande remédio nas horas em que mais precisamos entender o outro e nos entender. Perdoar alguém e nos perdoar. Superar e transformar o sofrimento. Compreendê-lo como um grande incentivador e professor. Embora seja difícil, vamos começar pelo sorriso. Sorrindo sempre a gente chega lá.

>>Este texto foi publicado no site Somos Todos Um no dia 25 de Abril, veja aqui.