Muitas pessoas não gostam de comemorar o Natal ou acham que esta é uma data chata. Algumas por motivos pessoais, perdas de familiares, entre outros problemas sentimentais. Outras porque acham esta comemoração cristã uma baboseira baseada em puro interesse comercial.

Para dizer a verdade, a comemoração natalina não me deixa muito à vontade. No meu caso, sinto uma certa forma artificial de se reunir a família. É aquele clássico: a família é grande, quase nem se fala, nem se considera tanto assim e no dia 24 está todo mundo junto fingindo ser uma família de comercial de margarina. Desde pequena, achava isto meio esquisito. Às vezes pensava o quão injusto era não podermos passar o Natal ao lado das pessoas que mais nos são caras durante o ano: aqueles amigos, parceiros em todos os momentos, pessoas que amamos e que por conveniência também terão de estar com aqueles familiares que sequer deram uma ligaçãozinha durante o ano para saber como estavam. E esse jogo de aparências me irrita um pouco, admito.

Antes que achem que sou um ser sem família (risos), digo que tenho em meu núcleo familiar muitas pessoas que amo e que sinto maior prazer em passar o Natal. Mas falo mais é daquelas conveniências e aparências, que vocês devem saber muito bem. Porque pra mim os laços de sangue não querem dizer muito. Os laços do amor, da amizade, aqueles que vêm verdadeiramente da alma são muito mais fortes. E é por isso que eu convido a você a refletir sobre esses laços verdadeiros.

O Natal realmente não é uma data para fazer a alegria dos comerciantes. Ele serve para que busquemos desenvolver esses laços feitos de verdade e amor.

Uma coisa que eu e minha mãe fizemos este ano encheu meu coração deste sentimento: resolvemos ajudar algumas crianças órfãs, comprando a roupa e o brinquedo de Natal. Quantas pessoas passam necessidade e precisam de uma ajuda? As crianças mais pobres, de orfanatos, por exemplo, sonham com um presente de Natal que pode não vir. Para nós, pode parecer que este é um pensamento muito materialista, baseado na pressão midiática que nos assola. E eu nem estou dizendo que essa é a solução para os problemas do mundo. Mas, encantar uma criança com uma roupa nova e um brinquedo no Natal, certamente encherá seu coraçãozinho com esperança. Uma alegria que trará o alento e a expectativa por momentos melhores em sua vida.

Quando pensei nessa doação e na alegria daquelas crianças quando ganhassem seu presente de Natal entendi um pouco do significado do Natal. É o momento de enchermos o coração com essa esperança, essa luz, que nos dá força para o próximo passo, o próximo ano, o próximo capítulo em nossa jornada.

Este é só um exemplo. Mas por que você não experimenta preencher outros corações de alegria no Natal? Vá visitar um asilo, reúna alimentos para famílias pobres em sua vizinhança ou apenas ajude alguém que esteja precisando de uma palavra amiga.

Sempre que puder, pratique a caridade e o perdão e descubra que esse sentimento pode ser uma constante que nos leva a uma vida com mais sentido. O verdadeiro sentido que Jesus veio nos ensinar e que merece ser comemorado: o do amor universal.