Estava pensando sobre a maneira em que muitas vezes agimos achando que fazemos o certo quando estamos errando feio, sem perceber. Pensei em algo que um astrólogo me disse: toda virtude em excesso se torna um defeito. Lembrei de Buda que falava sobre o equilíbrio, mas cheguei foi a Aristóteles (que viagem, não?).
Muito antes de Cristo, esse pensador em sua Ética a Nicômaco já versava sobre a busca do bem maior através do exercício de boas virtudes, o que seria a tão desejada felicidade. Para ele a felicidade não estava em essência nos prazeres, na riqueza ou na honra. Essas situações poderiam até fazer parte de uma vida feliz, mas o que marcava realmente a felicidade era, para o sábio, a atividade virtuosa da alma.
As virtudes se dividiam em intelectuais (aquelas que aprendemos e que requerem tempo) e as morais (adquiridas pelo hábito. Ou seja: pela prática).
“(...) os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos"
Nesta prática das virtudes, em busca da felicidade e do bem maior, tanto o excesso delas ou sua ausência são destrutivos.
“Tanto a deficiência como o excesso de exercício destroem a força; e da mesma forma, o alimento e a bebida que ultrapassam determinados limites, tanto para mais como para menos, destroem a saúde"
Então cabe a nós, mortais, buscar esse meio-termo tão difícil de se exercer. Para Aristóteles, demonstramos essa média, a virtude, através de nossas escolhas. Sempre podemos escolher entre a virtude e o vício, entre praticar atos nobres ou vis.
"(...) O homem é um princípio motor e pai de suas ações como o é de seus filhos"
O mais interessante é analisar a “cartilha” de meio-termos de Aristóteles e verificar que certamente passamos por muitos de seus extremos (vícios) durante o dia. Alguns exemplos:
Temperança - meio-termo em relação aos prazeres e dores
Sua falta determina a insensibilidade. Seu excesso, a libertinagem.
Liberalidade – meio-termo entre dar e receber dinheiro
Sua falta determina a avareza. Seu excesso, a prodigalidade.
Modéstia – meio-termo entre ter e não ter vergonha
Sua falta determina a timidez. Seu excesso, a falta de vergonha (é o famoso “sem vergonha”).
Justa apreciação – meio-termo na apreciação da boa sorte de alguém.
Sua falta determina a malevolência. Seu excesso, a inveja.
Gentileza – meio-termo entre ter ou não cólera.
Sua falta determina a indiferença. Seu excesso, a irascibilidade.
Já me estendi demais por hoje. Vale pensar. Você é uma pessoa “virtuosa”?
Ai, que difícil. rsrs
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